segunda-feira, 23 de março de 2009

Viva a Linhaça!

Tenho me sentido super bem, fazendo o uso da linhaça.


Linhaça: propriedades nutricionais
02/02/2006


Nome Científico: Linum usitatissimum L.Nomes Populares: linhaça, linho (Port), lin cultivé (Franc), flax o linseed (Ingl).Descrição Botânica: Se trata de uma planta anual, pertencente a família das Lináceas, caracterizada por apresentar una altura entre 30 e 130 cm, talos eretos, folhas estreitas, alternando entre, verde e verde-claro, lineares o lanceoladas, com três nervuras, podendo legar a medir até 5 cm de largura. As flores podem apresentar cores variadas: azuis (a maioria), vermelhas ou brancas, com cinco pétalas, dispostas em panículas terminais eretas, florescendo no verão. As pétalas duram apenas umas horas. O fruto parece uma cápsula globulosa, de cor amarronzada, da qual saem as sementes, brilhantes e planas, de uso medicinal.A linhaça é originária da Ásia (possivelmente do Cáucaso) estando amplamente distribuído pelo resto do mundo. Cresce sobre terrenos cultivados, terra planados, baldios, sendo em muitos países cultivado com finalidade industrial e medicinal. Entre los países produtores de linho figuram a Holanda, Inglaterra, Argentina, Marrocos, Estados Unidos, Rusia, India e Oriente medio. Cabe salientar que em algumas oportunidades os cultivos de linho, na Argentina, são invadidos pela mostacilla (Brassica campestris L.) podendo-se encontrar ambos produtos em algumas das bolsas que se vendem comercialmente o produto. Parte Utilizada: Do linho se empregam medicinalmente as sementes, das quais se faz a farinha de linhaça e se extrai o azeite. Existem cultivos que empregam sementes grandes com as quais se obtêm azeite, outros utilizam sementes pequenas das quais se obtêm fibras para tecidos dos talos. Logo após a floração, se arrancam as plantas e se colocam em estado que se removam em água para que se decomponham parcialmente. Isto é feito para que se resulte maior facilidade para separar as fibras dos talos.Historia: Entre as atuais plantas cultivadas, o linho é sem dúvida nenhuma, uma das mais antigas, sendo empregada na Babilônia, Mesopotâmia e Egito desde 7.000 anos aproximadamente. Existem registros que indicam que os egípcios utilizavam o linho para confeccionar as ataduras com que envolviam suas múmias . Os antigos israelitas secavam o linho deixando-os sobre os tetos de suas casas. Este fato é mencionado na Bíblia (Josué 2,6) onde Rahab pode esconder os espiões que Josué mandou a Jericó em coches abarrotados com talos de linho, sendo buscados por ele mesmo rei de Jericó. Assim mesmo a Bíblia demonstra a preparação do linho como uma das virtudes da ama de casa: " ... ela se procura o linho e faz os trabalhos com suas mãos..." (Proverbios 31, 13). O linho foi introduzido posteriormente no norte de Europa pelos romanos e mais tarde se propagando através das expedições de Carlos Magno.Composição Química:Azeite graxo o azeite de linhaça (30-40%): Composto principalmente por ácidos graxos essenciais poliinsaturados (oleico, linolénico cis-linoleico e alfa-linoleico) e frações do tipo Omega-3.Outros: mucílago ácido (10%), traz um heterosidio cianogenético: linamarina (1,5%), diglucosidios (linustatina, neolinustatina), apresenta ácido prúsico, fibra solúvel (pectina), provitamina A, vitaminas B, D e E, fitosteroides (estigmasterol, sitosterol, avenasterol, colesterol), lignano (secoisolarici-resinol diglucósido) e una enzima: linamarasa.Ações Farmacológicas: O alto conteúdo em mucílagos, de natureza urónica, confere uma ação laxante mecânica o de volume (igual que o plantago e o psyllum), emoliente e hipolipemiante. O azeite hidrolizado proporciona, além de seu valor nutricional, propriedades dermatológicas similares a das vitamina F e atividade antibacteriana frente a Staphylococcus aureus (Arteche García A. y col., 1994; Vidal Ortega C., 1995).Seu alto conteúdo em fibra solúveis favorece os regimes de pacientes diabéticos. Na Universidade de Toronto se concluíram estudos em humanos com duplo cego versus placebo, observando-se que os grupos que recebiam azeite de semente de linho apresentavam um incremento de 27% nos testes de tolerância a glicose em relação aos grupos de controle (Foster S., 1997). Outro estudo canadense determinou que o lignano secoisolarici-resinol diglucósido (0,97 - 3,07% na fração retirada do extrato) administrado a coelhos com dieta hiperlipídica em uma dose de 15 mg/k diários durante 8 semanas, demonstrou uma redução de 33% do colesterol total e 73% de redução de placas ateromatosas na aorta através do exame anatomo -patológico (Muir A. et al., 1997). A diferença de outros integrantes do genero Linum, no se puderam encontrar podofilotoxinas as quais se cresciam na terapia oncológica (Konuklugil B., 1996). A mudança, na presença de precursores de lignanos nas sementes de linhaça pareciam influir sobre as disfunções ovárianas na mulher devido a que estas substancias tinham relação, mesmo que pequena, com os hormônios sexuais femininos. Em experimentos das Universidades de Rochester (New York) e Minesota comprovaram que a baixa quantidade de fibras e lignanos contidos nas dietas ocidentais, predispõe as disfunções ovarianas , entre elas nos processos anovulatórios e, por cima, um maior risco de câncer de mama (Phipps W., 1993).Em relação ao seu teor em azeites Omega-3 vários estudos tem confirmado o caráter antioxidante dos mesmos. Finalmente cabe demonstrar que a linhaça tem sido incorporada na 4ª Edição da Farmacopeia Nacional Argentina.Efeitos Adversos e ou Tóxicos: as sementes de linhaça contem heterosidios cianogenéticos (tóxicos respiratórios) em escassa quantidade (25 mg por cada 100 g), por tanto se recomenda tomar as sementes inteiras (a cutícula evita seu desprendimento) e prescrever a farinha (fresca) somente em uso externo (Arteche García A. y col., 1994). Também contém una proteína denominada lineína, que faz que a farinha fique tóxica por via interna. Contudo isto não ocorre com as sementes inteiras devido ao fato de não sofrer digestão, só atuam os mucílagos da superfície seminal, responsável pela ação laxante- emulcificante (Peris J. et al., 1995). As sementes contem l-amino-d-prolina, um antagonista da piridoxina, encontrando-se em forma de péptidio com o ácido glutâmico originando o composto linatina. Administrada simultaneamente com piridoxina em galinhas, se inibe em grande parte o efeito tóxico da l-amino-d-prolina. Esta substancia, in vitro, forma um complexo com a piridoxina denominado hidrazona, de maneira tal que a vitamina não pode cumprir sua função no metabolismo dos aminoácidos. O aquecimento intenso e a extração com água eliminam a substancia responsável (Klosterman H. et al., 1967; Liener I., 1980). As quantidades de ácido prúsico (contido também no tabaco) são insignificantes como para gerar toxicidade, pero no obstante se recomenda não exceder as doses recomendadas. As alterações por rancificação ou rancidez da farinha ou do azeite de linhaça podem provocar irritação cutânea , por tal motivo se recomenda sua moagem rápida ou empregar as sementes amarelas que não precisam moer o triturar previamente (Morales C., 1994).Contra indicações: Obstruções digestivas, íleo paralítico.Usos medicinais - Formas Galénicas: as sementes podem ser utilizadas em casos de constipação intestinal, gastrites, afecções respiratórias, urinarias e hiperlipidemias. Se recomenda seu uso prescrevendo-se entre 1 a 3 colheres de sopa diárias, ingeridas sim mastigar, com bastante água. Nas outras patologias se pode realizar com elas uma infusão (uma colher das de sopa por copo), fervendo durante cinco minutos, para logo infundir durante 30 e posteriormente filtrar.Também é eficaz em casos de constipação, gastrites e hemorroidas, deixar de molho umas oito horas para depois beber o líquido o qual apresentará um aspecto gelatinoso. Outra maneira de obter bons resultados é incorporar-las no muslee do café da manhã.Enquanto o azeite, se prescreve a quantidade de uma a três colheres das de sopa ao día.A decocção das sementes (50 g/l), fervidas durante três minutos, pode ser aplicada em forma de compressas ou lavados (eczemas, forúnculos, abcessos) ou cólicas de constipação. Assim mesmo o azeite pode ser aplicado localmente em processos dermatológicos. Na India só se utilizam as sementes de linhaça tostadas e pulverizadas em casos de disenteria, administrando-se entre 20 e 25 g mesclados com igual quantidade de açúcar, três vezes ao dia.A farinha de linhaça é tóxica por via interna, porém se pode aplicar topicamente e na preparação de sinapismos, espécie de cataplasmas elaboradas com as farinhas de mostarda e linhaça, para ser aplicadas em casos de forúnculos e abscessos. Outros Usos: A linhaça é importante no solo e na industria têxtil (se utiliza a fibra dos talos) e também n a fabricação de pinturas e vernizes . A polpa das sementes, logo depois de extraído o azeite, serve de forragem para os gados.Curiosidades: Na França do século VIII, Carlos Magno decretou uma série de leis, entre as quais impunha o consumo de semente de linhaça aos seus súditos para que conservassem a saúde . Mahatma Gandhi fazia referência as qualidades desta planta n os seguintes termos:" ... No lugar onde a linhaça se converter em um alimento habitual para o povo, melhorará a saúde da população...".VariedadesLinum catharticum L.: Popularmente denominado lino catártico o purgante, esta variedade pequena contém um glicosidio conhecido como linina (0,5%) o qual exerceria seu efeito purgante. Se encontra raramente na Europa sendo muito pouco utilizado nesta região.Da Linhaça pode-se fazer vários usos. Do caule são retiradas as fibras para tecer o Linho, tecido nobre e muito valorizado no mercado. Das sementes extraí-se o Óleo, que é utilizado nas indústrias de tintas e resinas. As sementes são utilizadas ainda como complemento alimentar, como por exemplo adicionadas em pães, bolos e biscoitos ou ainda misturada crua aos cereais, proporcionando o equilíbrio nos hormônios femininos e reforçando as defesas do corpo. Na sua composição encontra-se cerca de 60% de Ácidos Graxos ou Ácidos Linolênicos, mais conhecidos atualmente como Ômega-3, tornando assim a Linhaça o alimento mais rico em ômega-3, capaz de regular níveis de colesterol, açúcar no sangue, diminuir índices de inflamações e provocar a renovação celular.Utilização como Matéria-prima-As sementes de linhaça são usadas como matéria-prima para produção de Óleo e Farelo. O Óleo é vendido como matéria-prima para empresas de tintas, vernizes, resinas, e outros fins industriais para todo o Brasil. O Farelo é vendido para fabricas de rações animais. Não faça confusão com óleo de linhaça comestível extraído à frio e os óleos destinados à pintura que que são tóxicos.Na América do Norte e nos países europeus, seu uso é tão difundido que se acha facilmente óleo de linhaça encapsulado ou sua versão engarrafada para regar a comida. Lá fora, já se espalharam os benefícios de seus componentes - uma molécula de nome esquisito, a lignana, e ácidos graxos da famosa família ômega.Há desenhos da linhaça em tumbas egípcias datadas de antes de Cristo - e, por falar nele, dizem que sua túnica também era feita de linho. Na Idade Média, o vegetal chegou a ser uma espécie de amuleto contra a feitiçaria. Hoje, suas sementes perderam a velha fama de afastar a bruxas. Em compensação, ganham prestígio entre os médicos por serem capazes de mandar para longe uma série de doenças.O ácido linolênico presente em suas sementes pode regularizar os níveis de colesterol, ajuda a controlar o açúcar do sangue, diminui inflamações e promove a renovação celular.Seus ácidos graxos são antioxidantes, isto é, barram as moléculas radicais livres por trás de várias doenças. E ainda há evidências de que reforçam as defesas do corpo. Por fim , o ácido linolênico é empregado na construção de moléculas de hemoglobina, que carregam o oxigênio pelo sangue. Isso é conhecido dos médicos desde a década de 1950. Cientistas da Universidade Monash, na Austrália, provaram que complementar a dieta com a farinha da linhaça evita os sintomas da menopausa, tumores de mama e de ovário.Todas as células femininas têm receptores para o hormônio sexual estrogênio, essa substância cai bruscamente na menopausa e as células se ressentem, deixando de funcionar direito. A lignana das sementes da linhaça, no entanto, restabelecem o equilíbrio, ao se encaixar nos receptores do hormônio.Receito 1 colher de sopa por dia de óleo de linhaça para as minhas pacientes. As sementes também ajudam a limpar o aparelho digestivo.Com elas, o corpo libera toxinas e gorduras. Salpicar saladas com as sementes interias resolve ainda a prisão de ventre. Mas, para que os outros componentes benéficos sejam liberados, é preciso moer as sementes e usar 1 ou 2 colheres de sopa da farinha na sua receita predileta de pão ou de bolo.Tabela Nutricional do Grão de Linhaça.(em 100 gramas do alimento)
35 gramas de óleo
26 gramas de proteínas 14 gramas de fibras 12 gramas de mucilagens 9 gramas de água 0,7 grama de potássio 0,7 grama de fósforo 0,3 grama de magnéssio 0,2 grama de cálcio 0,2 grama de enxofreÁcidos Graxos Poliinsaturados:Ácido Alfa Linolênico (Ômega 3)....55.4%Ácido Linoléico (Ômega 6) ....14.5%Ácido Gama Linolênico....0.2%Ácidos Graxos Monoinsaturados:Ácido Oléico (Ômega 9) ....18.6%Ácido Palmitoléico (Ômega 7)....0.2%Ácidos Graxos Saturados: Ácido Palmítico ....6.1%Ácido Esteárico....4.9%
Vitamina E...0.1%Referencias bibliográficas :1- Arteche García A. y col.: Fitoterapia: Vademecum de Prescripción. Cita S. A. 2ª Edic. Barcelona. 1994.2- De Waal M.: Hierbas Medicinales en la Biblia. Edit. Tikal. España. 1997.3- Font Quer P.: El Dioscórides Renovado. Edit. Labor S. A. 7ª Edición. 1980.4- Foster S.: The benefits of fiber. Herbs for Health. Pp. 32. January-February 1997.5- Fox B. & Cameron A.: Ciencia de los alimentos, nutrición y salud. Limusa. Grupo Noriega Edit. 1992.6- Golberg H.: Fitoterapia de la constipación. Fitociencia. Nº 2. Abril de 1998.7- Klosterman H.; Lamoureux G. and Parsons L.: Isolation, characterization and synthesis of linatine, a Vit. B6, antagonist from flaxseed. Biochemistry. Nº 6, pp. 170. (1967).8- Konuklugil B.: Aryltetralin lignans from genus Linum. Fitoterapia. Vol. LXVII, nº 4, pp. 379-381. (1996).9- Liener I.: Antiniacin factor. Toxic Constituents of Plant Foodstuffs. Academic Press, N. York. Pp. 446. (1980).10- Lindner E.: Toxicología de los Alimentos. 2ª Edic. Edit. Acribia. S. A. Zaragoza. 1995.11- Morales C.: Remedios contra el estreñimiento. Cuerpomente. Nº 23, pp. 46. 1994.12- Muir A.; Westcott N. & Prasad K.: Extraction, purification and animal model testing of an antiatherosclerotic lignan secoisolariciresinol diglucoside from flaxseed. WOCMAP IIº. Abstract P-135. Argentina. Nov. de 1997.13- Nájera M.: La Herboristería en la República Argentina. Rev. Farmacéutica Bs. Aires. Pp. 14-19. (1989). 15- Ody P.: Las Plantas Medicinales. The Herb Society. J. Vergara Edit. 1993.16- Peris J.; Stübing G. y Vanaclocha B.: Fitoterapia Aplicada. Ed. MICOF. Col. Farm. Valencia. 1995.16- Phipps W.: Effect of flax seed ingestion on the menstrual cycle. Journal of Clinical Endocrinology. Vol. 77, nº 5, pp. 1215-1219 (1993).17- Siddiqui M. & Husain W.: Traditional treatment of diarrhoea and dysentery through herbal drugs in rural India. Fitoterapia. Vol. LXII, nº 4, pp. 325-329. (1991).18- Stuart M.: Enciclopedia de Hierbas y Herboristería. Edit. Omega S. A. Barcelona. 1981.19- Vidal Ortega C.: Las plantas medicinales:una ayuda para las dietas especiales. Natura Medicatrix. Nº 37- 38, pp. 68- 71. (1995).

Edson Credidio
www.abran.org.br

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